Ateliê Stylia – Arte em Vidro em destaque: Entrevista de Dulce Schmidt na Revista Vitti

Dulce contou à Vitti como a paixão pela arte do vidro a levou a tornar realidade o sonho de ter o seu próprio ateliê

A artista plástica Dulce Schmidt concedeu entrevista exclusiva à Revista Vitti e contou detalhes sobre sua carreira, formação e bastidores do Ateliê Stylia, localizado em Taubaté e fundado em 2015. Dulce contou como a paixão pela arte do vidro a levou a tornar realidade o sonho de ter seu próprio ateliê, além de explicar como funciona a realização de cursos no seu empreendimento com o objetivo de divulgar a arte de transformação do vidro.

Formada em Artes, Dulce foi professora por 15 anos até que os caminhos da vida a levaram para longe do Brasil. Sua relação com a arte do vidro começou em 2001, quando ela fez um curso de iniciação da técnica de “fusing” – técnica em que se fundem camadas de vidro em altas temperaturas – no Peru. Nascia ali a paixão pela criação artística utilizando o vidro como matéria-prima. Em 2004, Dulce partiu com sua família novamente para viver no exterior e, dessa vez, o destino foi a Europa. No Velho Continente, se aprofundou nos estudos e no aprimoramento das técnicas de manipulação do vidro para fins artísticos em renomadas escolas na França e na Suíça, como o CERFAV, Atelier du Verre da mestre vidreira na arte do sopro Martine Durand Gosellin, em Saint Meloir des Ondes, e no Atelier Creative Glass, em Volktswil, com Erna Piechna, entre outros.

Em 2015, Dulce, após regressar ao Brasil, ao lado do seu marido Sérgio Guimarães e da sua filha Camila, ambos fundaram o Ateliê Stylia, localizado em Taubaté. 

Em entrevista à Revista Vitti, em 2016, ela fala sobre como a paixão pela arte do vidro a levou a tornar realidade o sonho de ter seu próprio ateliê, da realização de cursos com o principal objetivo de divulgar a arte de transformação do vidro e dos planos para o novo negócio. 

Vitti – O Ateliê Stylia chega com uma proposta bem interessante e que não é tão comum de se encontrar na região e no País. Como você desenvolveu essa ideia?
Dulce Schmidt – A arte de transformação do vidro é milenar e muito difundida na Europa. No Brasil, ela chegou com os primeiros imigrantes por meio do desenvolvimento em algumas regiões como Minas Gerais e no Sul, mas é uma técnica que exige atualização e, eventualmente, investimentos, o que faz com que hoje sejam poucos os que dominam as técnicas. Depois de morar na Europa e me aprofundar no estudo dessas técnicas, surgiu a oportunidade de retornar ao Brasil com minha família. Há muitos anos, eu cultivava o sonho de ter meu próprio ateliê e, nesse retorno, foi o momento certo. Em 2015, escolhemos o local em Taubaté e, em alguns meses, o prédio estava pronto. De lá para cá, fomos trabalhando muito, equipando e preparando o espaço Stylia que iniciou seu funcionamento em outubro oferecendo soluções customizadas para decoração e arquitetura, restauração, vitrais e, também, os cursos de técnicas de transformação do vidro.

Vitti – Qual é o seu público-alvo para os cursos na Stylia?
Dulce Schmidt – Não há necessariamente um perfil específico de aluno. Podem ser pessoas que já tenham seu viés artístico desenvolvido e que busquem o aperfeiçoamento de sua técnica ou que busquem uma nova atividade artística. O espaço Stylia está também aberto a pessoas que estejam buscando atividades lúdicas e mesmo arte-terapia.

Vitti – Quais os tipos de vidro que serão disponibilizados para os cursos na Stylia?
Dulce Schmidt – Teremos à disposição para trabalhar vidro nacional de boa qualidade que para ser colorido necessita de uma pintura especial à base de óxidos. Trabalharemos também com vidro Murano, de fabricação Italiana, e com vidro importado dos EUA da Bullseye, um dos mais renomados fabricantes mundiais de vidro colorido na massa.

Vitti – Quais as técnicas de trabalho artístico com o vidro que você vai ensinar aos alunos?
Dulce Schmidt – Estamos numa ampla instalação de 400m² onde é possível desenvolver as mais variadas técnicas de transformação do vidro. São várias modalidades, tais como a técnica com o maçarico que é uma das mais antigas e com possibilidades que se limitam à habilidade de quem executa. A técnica consiste na transformação de varetas de vidro em pequenas peças, como contas para colares, pulseiras e brincos, puxadores para armários e gavetas; pequenos bonequinhos, esculturas rebuscadas ou o que a imaginação permitir. A chama do maçarico chega a uma temperatura de 1200°C, o que em si torna esta experiência fascinante. Trabalhamos com muita segurança, utilizando vestimenta adequada e seguindo todos os procedimentos para que não aconteçam acidentes.

Vitti – Existe a técnica do “fusing”, que seria algo como fundir o vidro, certo? Ela será uma das técnicas ensinadas na Stylia?
Dulce Schmidt – Sim, essa técnica será ensinada e consiste em sobrepor várias camadas de vidro e fazê-las fundir, no estado sólido, dentro de um forno de alta temperatura. Após o aquecimento acima dos 800°C, as diferentes camadas de vidro formam uma placa homogênea composta por diferentes cores, formatos e texturas. É uma técnica que exige material e equipamentos adequados para que resulte num trabalho de qualidade, e nós iremos oferecer tudo isso aqui. Outra modalidade é a “milenar arte dos vitrais”. É um trabalho que tem larga tradição na Europa e também no Brasil. Nós vamos difundir essa arte na região para contribuir para que esta tradição seja continuada.

Vitti – Ainda sobre as modalidades que serão oferecidas na Stylia, fale um pouco sobre o Patê de verre.

Dulce Schmidt – Podemos também chamar essa técnica de pasta de vidro ou glasscasting e consiste em dominar a coloração na massa. A pasta de vidro é um material que contém bolhas e que quando recebe luz permite obter um aspecto encerado, opaco, semitransparente, translúcido ou áspero. O método consiste em misturar grânulos de vidro que são então colocados sobre um molde e que recebe por sua vez algum tipo de adesivo que vai ajudar na fixação da pasta de vidro que será aplicada sobre a superfície. Ensinaremos essa técnica em nossos cursos também. E, finalizando, teremos ainda a técnica do jateamento, que consiste em alterar a superfície do vidro com um jato de alta pressão carregando material abrasivo. Este é um processo versátil muito procurado por arquitetos e decoradores.

Vitti – Além da loja e dos cursos que serão ministrados no ateliê, você pretende abrir o espaço da Stylia para a prestação de serviços. Como isso vai funcionar?
Dulce Schmidt – Temos uma estrutura bem profissional e completa, com maquinário, ferramentas, matéria prima, conhecimento e operamos num ambiente seguro e controlado. Com isso, queremos atender arquitetos e decoradores que cheguem até nós com seus projetos, então poderemos desenvolver e fabricar peças de decoração, lustres e vitrais. Fazemos também a restauração de peças em vidro. Além disso, vamos colocar nosso espaço à disposição de artistas e alunos que desejem desenvolver suas técnicas, alugando nossas instalações e adquirindo materiais que estarão à disposição sem a necessidade de um investimento em equipamento e espaço. 

Uma entrevista muito especial da trajetória da artista Dulce no início da Stylia.

Top 5: Conquistas 
Após quase 05 anos da entrevista, confira quais foram algumas das maiores conquistas da empresa:

1 – Ser representante da Bullseye.
2 – Reconhecimento por alunos, artistas, arquitetos e designers pela qualidade e versatilidade, como ateliê conceito.
3 – Desenvolvimento de novas técnicas.
4 – Aquisição de fornos com novo design.
5 – Geração com energia solar. 

“Meu sonho é o Ateliê Stylia ser referência no ensino e divulgação da arte do vidro no Brasil”, revela Dulce Schmidt.

– Edição da Revista Vitti com a matéria de Dulce Schmidt

– Todos os detalhes da carreira de Dulce

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